Fraguementos de um dia de serviço

como pode haver pessoas que passam pela vida assim, acordam, comem, e saem para trabalhar, saem para a aula, saem para seus deveres e para suas vidas, e para suas pessoas e seus destinos

quando voltam para suas casas olham suas teves, lêem seus jornais suas revistas e conversam, conversam sobre seus times

fim do que anotei no papel toalha

inicio do que big star me levou a escrever

conversam sobre seus namoricos, o tempo, AH O TEMPO, e assim passam seus dias, após isso eles deitam, e dormem

depois acordam e repetem o ciclo, da mesma forma, da mesma maneira, clichê após clichê

eu sinto inveja, ou não, não sei realmente o que sinto, as vezes só me pergunto COMO ELES ESTÃO LÁ e não enxergam o que EU ENXERGO.

e se eles passam pela mesma vida que eu o que acontece que eles nada fazem, nada dizem, nada percebem.

será que eu sou o amaldiçoado ou o lunático que enxerga sempre algo a mais, o cara que vê água onde apenas há deserto, não sei realmente o que quero da vida, mas eles com certeza sabem ainda menos, eles e seus amigos, seus conceitos e idéias instigados pela grande mídia, seus conceitos que enfiam em suas cabeças e eles seguem sem razão, sem questinamento.

as vezes gostaria de passar pela vida apenas como um deles, sem ver aquele algo a mais que todo dia me sufoca, que me deixa triste e que mostra que estou quase que sozinho em um mar de corpos sem vida própria.

felicidade é uma questão de ignorância, a frase que resume o século XI


para IAN CURTIS